Depreciativo NÃO é depressivo!

Não tenho paciência para longas depressões
Se estiver deprimido, vá beber sozinho!
Se estiver depreciativo...

Vem beber comigo


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Continuando


Sobrevivi aos meus medos com certa coragem, sobrevivo à minha covardia a cada dia. Sem mais carregar muito sentimento disto, nem raiva, ódio, dor ou agonia, compaixão, amor ou alegria, talvez vergonha e piedade. Vergonha e piedade.

Desço pelos gerundios de minha vida, que torna tudo contínuo, desconfortávelmente contínuo, desconfiavelmente sóbrio, sem o sabor do dessabor, sem a austeridade da certeza, sem gosto, sem beleza, sem crença ou descrença. Tão vazio como só a mistura de tudo poderia ser.

O prazer de saber de si é supremo, o medo de acabar, divino, mas sempre contínuo. Na repleção da falta, sempre contínuo, sem participar ou conjugar, mas sempre com voz, voz nem ativa nem passiva, analítica ou política, minha voz, muda e imbecil, que só eu posso escutar em minha surdez, que escondo para tentar ecoar dentro da pequena presunção que me compete, da qual me envaideço a cada instante da gloriosa vida que adoro fingir ter.
Penso em parar por aqui, mas parar não é meu verbo, pelo menos não nesta forma, talvez parando eu estarei, e logo continuando estou, por indeterminada vida...

Sentindo, querendo, descendo, subindo, amando, sorrindo, esperando, cansando, pulsando, morrendo, pulando, dançando, vivendo, torcendo, chorando, escrevendo, tentando, traindo, lendo, trepando, comendo, olhando, pilhando, conquistando, mentindo, bebendo, ouvindo, vendo, tocando, cheirando, ..., enfim, sendo .............................................................................................................................. (eu)

Um comentário:

  1. "E ainda assim,
    exposto,
    me mostro.
    Livro aberto
    Sem capa, carapaça nem armadura."

    sei que essa é a minha verdade, não a sua.

    Mas fiquei feliz poius vc se mostrou agora com uma amplitude invejável

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