Depreciativo NÃO é depressivo!

Não tenho paciência para longas depressões
Se estiver deprimido, vá beber sozinho!
Se estiver depreciativo...

Vem beber comigo


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Anjo Preto


Se maior é Deus camará
Corram venham me ajudar
Que meu sonho hoje foi dormir
E não vai, não vai mais acordar

Eu já tô aqui desesperado,
Olha só, olha só meu Estado,
Fez aqui seu sorriso apagado
O Nordeste dormiu acordado.

Não valeu me valer da mandinga
A malvada pulou minha janela
Não bastou nascer Mestre Bimba
O Nordeste ainda é favela

Olha só, olha só meu Estado
Vê seu sorriso apagado
Olha! Olha pra mim meu Estado!
E decida então qual o seu lado

O nordeste que vota vermelho
Apresenta seu novo modelo
Da camisa manchada no peito
Comemora mais uma subida
Comemora seu novo anjo preto

Vai levando também duas estrelas
Do engenho já velho e cansado
E que chora olhando pro Estado.
Olha só seu sorriso apagado.

Vai me diz sobre a volta do mundo,
Diz a volta que o tal mundo dá
Também diz que a Bahia tem jeito
Diz que agora! que agora tem!
Lá no céu mais um novo anjo preto.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Estudando o Arrocha (parte 1)


O Arrocha é o mais novo movimento musical nascido, amadurecido, evoluído, apreciado e principalmente reproduzido na Bahia, corroborando mais uma vez o status de berço da cultura nacional adquirido por este estado.
Capaz de representar bem a atual sociedade baiana este movimento engloba uma demonstração da simplicidade cultural, da diversidade étnica e complexidade física do povo assim como a alegria e capacidade de adaptar-se e transformar em sua todo o tipo de cultura exógena.
Inicialmente pretendo avaliar o ritmo e as letras das composições , as quais refletem, como citado anteriormente, a simplicidade cultural, pois os temas das composições possuem apenas leves variações, consistindo principalmente em temas amorosos e sexuais, que se dividem em canções de duplo sentido, de sentido direto ou de culto ao corpo de ambos os sexos, o que demonstra a evolução da sociedade numa libertação gradativa dos conceitos machistas. A simplicidade é evidente também no ritmo que consiste em uma base de teclado repetida em 60 a 70% das canções e outras duas variações englobando o restante, as melodias se diferenciam quase que exclusivamente pelos solos de teclado e arranjos de grupos mais criativos que se utilizam de outros instrumentos dos mais diversos, e até mesmos sons do cotidiano (como sirenes, auto-falantes, etc.) o que revela desde já uma influencia em grupos de rock psicodélico espalhados pelo mundo desde o final da década de 60.
A diversidade étnica e complexidade física são percebidas na dança (que também faz parte direta deste movimento cultural). A base da dança consiste em movimentos circulares e contínuos com os quadris (descendência africana), opostos aos movimentos dos ombros (descendência indígena). A junção destes dois movimentos já propicia dificuldade enorme para quem não vivencia este meio há tempos, principalmente para aqueles que vivem sobre os conceitos de uma cultura européia ou simplesmente possuem maiores características genética desses povos. A expressão corporal não para por ai, existem variações que demonstram as diversas influencias tantas vezes características em nosso cotidiano baiano. Os principais exemplos são: no recôncavo baiano, quando um individuo do sexo masculino dança sozinho ele costumar utilizar a base do boxe (esporte norte americano) para exprimir sua virilidade, força e coragem; já a mulher que dança sozinha costuma manter os braços retos juntos ao corpo e com as mãos fechadas (lembrando os movimentos de uma gueixa) revelando sensualidade e fragilidade; Em regiões frias o ato de juntar as mãos esfregando-as e soprando característico de todo ser humano não impede que se movam com o mesmo esplendor, os tímidos também não são excluídos desta dança pois cruzando seus braços se afastando do contato social ele permanece suavemente os movimentos dos quadris revelando sutilmente sua sexualidade reprimida.

sábado, 6 de novembro de 2010

Tecido Onomatopoético

Vrum Vrum
Risc,
tshiii!
glub, glub, glub
blá blá blá
tshiiii, glub, glub, gub

blá blá blá
Ha! ha! ha!
glub, glub, gub
blá blá blá
ha! ha! ha!
tshiii, glub, glub, gub
Hic! glub, Hic!
Vrum Vrum!

Vrum Vrum
Biii bi bi
Vrum Vrum Vrum!!
Vrum!
Trimmmm trimmm
blá blá blá
blá blá blá
Hic!
blá blá
ah!!!!!!
crash, cabrummm

...

...


uiúúúúú  uiúúúúú

uiúúúúú
risc, vrum
dun dum, dun dum, dun dum, dun dun
dun dum, dun dum, dun
ai, ai
dun dum, ..., dun dum dun
uiiiii

dun dum
...
...


trimm trimm
hã?!!!!
buá buá buá

glub, cof!
he he he

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quartinho dos fundos


"Hey! Senhor do tamborim,
toque uma canção pra mim
Não estou dormindo
e não há lugar onde eu possa ir...
Na aguda manhã desafinada,
eu o seguirei..."

A lua está na Janela,
tão maliciosa quanto ela.
Aqui tá muito quente
melhor jogar a coberta longe
mas as mosquitas caem de boca.
Enquanto a lua está na janela,
tão sorridente quanto ela
talvez eu esteja com fome,
talvez sede
talvez apenas insone.
E a lua está na janela,
tão minha quanto ela
talvez eu precise de um banho
esfriar o corpo
espantar as mosquitas.
Pois a lua está na janela,
tão gratuita quanto ela.
Eu tento virar de lado,
fumar um baseado,
A lua continua na janela,
tão "Geni" quanto ela.

Fui,
voltei e ...
A porra da lua está na janela
- Eu não posso dormir com ela,

Eunuco

- E aí, vai fazer algo interessante hoje?
- Não sei, acho que não, estou um pouco cansado.
- E amanhã? vamos marcar algo?
- Pode ser, vou ver aqui e depois te ligo.

Soltei o telefone no chão,
a energia para adiar os problemas se esvai,
a cinza do cigarro está enorme.

Não quero escolher o que fazer,
não quero escolher não fazer,
quero apenas não escolher.

Amanhã será tudo igual,
mas depois eu vejo isso,
depois me ligo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

uma assassina

"a consistência é impressionante
 boca fedorenta
 podre por dentro e
 um corpo quase perfeito,
 uma longa e luminosa cabeleira loira - 
 que confunde a mim
 e aos outros

 ela segue de homem em homem
 oferecendo carícias

 ela fala de amor

 então submete os homens 
 à sua vontade


 boca fedorenta
 podre por dentro


  vemos isso tarde demais:
  depois que o pau é engolido
  o coração vai atrás


  sua longa e luminosa cabeleira
  seu corpo quase perfeito
  caminha pela rua
  debaixo do mesmo sol
  que banha as flores."



Charles Bukowski -  O amor é um cão dos diabos
O Poema que eu queria ter escrito